terça-feira, 7 de dezembro de 2010

feixe

Eu eu eu eu, uma hora preciso deixar de ser eu, mas é impossível. Tu não te moves de ti. Cansei de palavras jornalísticas, cansei de racionalidade, objetividade, quero poesia, e às vezes fica tão difícil ver poesia. Às vezes o mundo parece tão duro que nada parece ter nenhum brilho. Parece que a poesia corre corre corre para longe de tudo. Ao redor só se vê uma pseudo orgnaização. Televisão na Globonews, notícias, trânsito. Me esqueço que não é a poesia que tem que vir até mim, eu que tenho que correr atrás dela, feito cão sedento. Quando ela aparece sempre, num feixe de luz, num momento de paz de espírito, eu não a procuro, porque ela apareceu sem eu pedir. É só vir a dor no peito, o nó na garganta, a vontade imensa de dormir, não por sono, mas por necessidade de apagar, que eu clamo por ela, em desespero. Mas ela, obviamente, não aparece quando quero. Resta trancar-me num quarto escuro e esperar.