segunda-feira, 10 de agosto de 2009

mera coincidência

Se o leitor quiser saber quem eram e como viviam esses "exilados" intelectuais (de quem Gertrude Stein disse, dirigindo-se a Ernest Hemingway: "vocês todos pertencem a uma geração perdida"), procure ler o belo livro de Samuel Putnam Paris Was Our Mistress. Ou, então, leia O sol também se levanta, de Hemingway, publicado em 1926. Os personagens desse romance — Jake Barnes, impossibilitado de amar devido a um acidente sofrido na guerra, Bret, a oversexed e desiludida lady Ashley, bem como todas as outras figuras — pertencem, todos, à "geração perdida": perambulam pelos bares, cabarés e bas-fonds de Paris, sempre sem rumo e sempre insatisfeitos. Vivem todos sem ambições nem diretrizes, a esmo. Como seres perdidos na geração perdida a que sabem que pertencem, tiram do momento que passa, como filosóficos Omares Khayyáms do século da máquina, tudo o que ele lhes pode dar de vinho, de prazer e de esquecimento. Bebendo sempre, atordoando-se de ruído e de aventuras, realizam uma excursão à Espanha, para embriagarem-se de sangue nas corridas de touros de Pamplona. Mas o centro em torno do qual giravam essas vidas sem rumo era Paris — a dos expatriados de todas as raças.

Prefacio de 'Seis Contos da Era do Jazz e outras histórias', Mr. F.Scott.

I think I smell a rat

Não, você não está ententendo, não podemos continuar porque o que mais desejo em você é a possibilidade de eu ser capaz de mudar você. Trust me, já estive em relações como essa antes, elas podem durar anos, mas não são completamente honestas, você sabe. E eu hoje busco a verdade e, antes de tudo, a construção de algo novo, não ligado às frustrações que nos foram passadas por pais e mães. Mas isso é uma outra coisa, talvez o que eu goste em você seja justamente a nossa incompatibilidade, por um medo meu de realmente concretizá-Lo. Você deve estar achando essa história muito freudiana, melodramática, racionalzinha, mas essa lógica até que é bonita, a razão às vezes pode ser bela, apenas não tanto quando o sentimento, obviamente. Deve ser por isso a minha obsessão recente por fitzgerald, flaubert, enquanto minhas clarices e caios se empoeiram. Bom, bom vou indo antes que volte atrás. Antes que essas conclusões que me trouxeram tanta tranqüilidade se esvaiam e voltem a se tornar conflito, inferno, sensação de quem sabe que alguma coisa cheira mal. Você sabe que até mesmo essa vontade, já transformada em ação, incontrolável de te explicar essas coisas vem de uma outra vontade de querer mudar tudo, para que você enxergue o claro que eu vejo e depois dessa conversa tudo se transforme. Todo desejo parte de uma esperança e se te espero é porque te desejo. Mas tudo é uma questão de esquecimento é só se afastar da vontade de esperar e portanto desejar que tudo está perdido, no bom sentido para todos os envolvidos.