quarta-feira, 8 de setembro de 2010

porquois

tem dias que a inutilidade de existir fica mais forte do que nunca, bombando. qual o sentido de assistir TV, comer, dormir, preocupar-se com afazeres que não são nada além de fuga. claro que sabemos disso todos os dias, mas tem dias tão cinzas que tudo fica com cara de inútil, babaca, a ira toma conta de forma veemente, só que o superego está lá para segurá-la dentro, como numa camisa de força, e transformá-la em nó no peito, ansiedade, angústia, total ausência de tranquilidade. qual o sentido de comprar orquídeas, dizer oi, lavar os pratos, cortar os cabelos, sentir perfumes, ouvir música e perceber que você não é o único a não ver sentido. claro que o sentido está nisso tudo mesmo, em não ver sentido, nos encontros, mas e daí, será que não é se contentar com pouco. apaixonar-se também não é tão com sentido, pois acaba e depois percebemos o quanto nos apaixonamos só para achar um sentido. beber, drogar-se, ler, acreditar. over and over again.