terça-feira, 16 de setembro de 2008

prisões

Desviando-se da enxurrada lembrou-se do tempo em que não precisava de médicos para pensar, fisioterapias para andar e robôs para ouvir música.

Caminhando pelas saudades se deu conta de que havia sido outro há pouco tempo. Dois segundos atrás. Dois dias e quatro anos. Quando era uma esponja de sensibilidade, e via.

Teve pena de si mesmo e de sua psicanálise, seus livros que não lhe diziam nada, suas corridas paradas na esteira, sua casa no centro, suas bebidas que já não lhe libertavam mais, de seu dinheiro gasto em baladas de música ruim. Percebeu que se debatia, buscando a salvação nos lugares er-ra-dos.

Buscava se encontrar na perdição.

Sentia calafrios de pensar que envelhecer já tinha chegado.